Bullying



A nossa leitora, M. N., de 14 anos, mandou seu depoimento sobre bullying. Ela não
 consegue mais ficar no meio de seus colegas de escola por causa das agressões, 
e, quando pediu ajuda, seus pais acharam que era bobagem.
“Sofro bullying desde pequena, mas nunca liguei muito para isso. Hoje, 
isso começou me afetar mais. Parei de frequentar lugares onde todos os meus
 amigos vão pois não aguento as piadinhas que fazem sobre mim quando estão todos 
reunidos.  Pelo fato de eu ter um  nariz um pouco grande e ser muito magra, eles me chamam de
 apelidos bem chatos como ‘ladra de ar’ e ‘graveto’. E eu nem preciso estar perto para isso
 acontecer, pois mesmo quando estou no meu canto, recebo tuítes com zoações a meu respeito. 
Já falei para os meus pais sobre o problema, mas eles só riem e acham que é bobagem.
 Pedi que eles me levassem a um psicólogo, mas eles acharam desnecessário. O que eles
 não sabem é o quanto isso me faz mal.  Quando começam a falar de mim, eu tenho vontade 
de fugir e ir para um lugar bem longe para chorar. Eu comecei a me cortar, para que pudesse
 esquecer esse problema e ajuda um pouco. Eu não sei mais o que fazer….”Procuramos uma profissional para explicar esse comportamento tão sério
 da leitora.“Este comportamento de se cortar frente a uma situação angustiante, apesar 
de muito grave, não é incomum e é sim reversível. Em uma fase como a adolescência, em que a jovem se reconhece quando participa de um grupo, ser colocada de lado faz mal para a sua autoestima.
 A melhor coisa que se pode fazer é procurar um psicanalista. É uma pena que os pai não
 levem a sério, pois aquilo que ela não pode transformar em palavras, faz com que seu 
comportamento ganhe as dimensões que ganhou.”, explicou a psicóloga Katia Bizzarro.
Se, como no caso da M., seus pais não acreditarem no seu problema, procure outra
 pessoa de confiança, como uma tia ou mesmo uma professora, e peça ajuda com 
o problema!
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Você passa por esse problema do bullying? Mande seu depoimento pra gente e
 levante a cabeça. Não deixe que essa agressão te abale!



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06/2011

Elas sofreram bullying por ser 

gordinhas: a T. deu a volta 

por cima e a L. não ainda superou




Nem todas as pessoas reagem da mesma maneira às agressões do bullying.
Algumas ficam traumatizadas para toda vida e outras resolvem dar a volta por cima 
e não se deixam abalar com esse problema.



T. M., de 13 anos, era chamada de gordinha, mas ao invés de ficar em depressão
, ela deu a volta por cima e resolveu enfrentar o problema.
“Sou meio gordinha e desde a 1ª série do colégio os meninos da minha escola me
agrediam fisicamente e psicologicamente por causa disso.  Eu sempre fui excluída das
 atividades e era isolada por todos.  Eu só conversava com os professores , e apenas
 quando eles me perguntavam alguma coisa. Por causa das agressões, troquei de
colégio muitas vezes, mas nada fazia parar. Chegou a um ponto em que fiquei muito
 doente, por cauda do sofrimento que as agressões me causavam. Fiquei preocupada
 comigo mesma e pedi ajuda. Avisei meus pais sobre o problema e eles procuraram
a escola, o que aumentou o diálogo sobre bullying com os alunos. Comecei  a frequentar
 uma psicóloga e uma nutricionista e hoje estou superbem.  Se você sofre com o bullying,
na maioria das vezes quer fugir dele, se esconder, mas se não se abrir para o diálogo
e não enfrentar isso, nunca superará o problema.”




Já a L.B., 18 anos, que também sofria com comentários maldosos por ser
 gordinha, nunca conseguiu superar os problemas que sofreu nos seus dias 
de colégio.
“Eu sofro com o bullying desde pequena. Comecei a engordar depois da 1ª série e
 minha autoestima ficou muito abalada com isso. Alguns meninos do meu colégio
 nunca perdiam a oportunidade de me zoar  por causa disso. Eles me chamavam de
gorda, feia e até fizeram uma música sobre mim.  Mudei de escola querendo que aquele
sofrimento acabasse, mas, coincidentemente,  um dos meninos que costumava
 me zoar se mudou para o mesmo lugar que eu.  Em um intervalo, na escola nova,
 ele me chamou e, só de ouvir ele falar meu nome tive uma crise de choro e tive que
ir embora. Mesmo fazendo algum tempo que esse problema passou, eu não 
consigo superar. Eu não me acho bonita, não gosto de mim mesma, 
já tive depressão e me automutilei . Hoje posso me considerar melhor, 
mas só de ver algum desses meninos, mesmo que de longe, tenho crises
 de pânico.”
A psicóloga Ana Paula Maia explicou pra gente por que, 
apesar da agressão ser praticamente a mesma em ambos 
os casos, uma conseguiu superar o problema e a outra não.
 “O fato de uma ter superado o problema e a outra não pode se dever a vários 
fatores. A gente é uma caixa de surpresas. Enquanto uns
 conseguem se resolver, outros surtam completamente.É tudo uma
 questão de ter o desejo de mudança. A pessoa vê aquilo que os outros
 implicam e resolve procurar ajuda e se tratar para superar isso. 
É como vemos no seriado ‘Glee’, onde os personagens trabalham o que não gostam
 dentro deles.A superação depende também de como 
essa pessoa tem suporte em casa. Se os
 pais estão atentos ao problema e apoiam o filho, com 
certeza as possibilidades
de superação são melhores.”.






 por causa do bullying, 
Se você sofre com o bullying, não se cale e enfrente esse
 problema. Será melhor para você e evitará que outros passem 
pelo mesmo que você passou! =)


A leitora G.V., de 13 anos, mandou sua história sobre bullying para nós.
No caso dela, a situação chegou ao extremo. O sofrimento que as agressões
 causaram era tão grande que ela começou a se mutilar.
“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar. Eu sofro bullying desde os 6
anos, tudo porque tenho uma marca de nascença no rosto, parecida com uma
mancha. Em 2008, tudo ficou mais grave. Eu era nova na escola, e quando
chegou próximo ao meu aniversário, eu chamei toda a turma para fazer parte, 
mas ninguém apareceu. A partir disso, comecei as mutilações, pois 
não me sentia mais importante
para ninguém. Este ano, um aluno que era novo na escola em
 que eu estudo começou a me
 zuar, e por causa dele, logo em seguida, a escola toda estava me agredindo.
Eles falavam que eu estava suja e tentavam limpar meu rosto, no lugar onde tenho
 minha mancha. Não tinha coragem de contar para os meus pais, mas
 tive que conversar com meu pai sobre o assunto. Ele foi até a escola falar do
 problema, e os meninos que
 fizeram isso comigo foram transferidos, mas o vazio que eu sinto ficou.”
Nós conversamos com a psicóloga Fabiana Pires, que comentou o depoimento da G.
 “ É essencial promover a conscientização de pais, professores, alunos e todos os que assistem a
 esse tipo de prática que tanto mal causam as pessoas. Ensinar o respeito pela diversidade é
promover a saúde mental e física de todos.”, contou. Se você passa por um problema como
esse não fique calada. Conte aos seus pais e aos responsáveis no seu colégio e enfrente
o problema. Essa é uma das maneiras de fazer as agressões pararem.

“Mesmo com o fim das agressões,

 eu não consigo superar o trauma”








A leitora M. Y., de 12 anos, mandou seu depoimento pra gente pois estava
se sentindo cada vez mais angustiada com os problemas que passou na
escola. Mesmo tendo conseguido fazer as agressões pararem, ela continua
 se sentindo mal.
“Eu sempre sofri bullying, tanto que eu já tive que trocar de escola cinco vezes,
mas é na minha escola atual que eu sofri as piores agressões. As pessoas da
minha sala me xingam, me ameaçam, fazem montagens com as minhas fotos e
 espalham mentiras a meu respeito. A situação é tão grave que eles até fizeram um abaixo
 assinado para provar que eu era a menina mais feia da escola. Tinha problemas em contar
 para os meus pais, pois me sentia muito constrangida com essa situação. Mas tomei 
coragem econtei para eles. Eles foram até o meu colégio e
contaram toda a situação para a 
direção. A diretora fez com que as meninas que começaram com as agressões
me pedirem desculpa. Mas, mesmo com
 o fim das agressões, não consigo superar e choro muito.”Casos como o da M.
 são uma prova de como as agressões podem a magoar a vítima do bullying, mesmo
 que parem. “As marcas do bullying ficam impregnadas
 na pessoa, o que pode atrapalhar a sua formação.  Os adolescentes, 
nessa idade, estão saindo do mundo familiar para se identificar com 
outros jovens da mesma idade. Quando eles não encontram esse apoio,
 podem se sentir marcados ou excluídos.”, disse a psicóloga
 Elizabeth dos Santos Souza. Para superar, é importante contar com
 o apoio dos pais, e não ter vergonha de se abrir com os
 verdadeiros amigos.
Você passa por uma situação dessas? 
Não fique calado. Conte o
 problema para os seus pais e as autoridades
 de seu colégio e ajude a 
acabar com o bullying!
Você também sofre com o bullying? Manda a sua
  história para gente